ERVING GOFFMAN - VIDA E OBRA
sexta-feira, 12 de abril de 2024
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
DESIGUALDADE E IDENTIDADE
A
proposta geral da aula é prover recursos conceituais a partir dos quais seja possível
estabelecer uma visão mais sociológica das desigualdades sociais. Isso
significa, em primeiro lugar, afastar da visão tradicional de situar a
desigualdade social exclusivamente a partir do viés econômico por meio da já difundida
divisão da sociedade em classes A, B, C e D, conforme agrupamentos de renda e
riqueza e sua correlação com nível formal de educação. Em segundo lugar, para
pensar a desigualdade em termos propriamente sociológicos, não basta renunciar
ao viés econômico, precisamos apontar para alternativas. Para isso, devemos, na
primeira parte da aula, discutir as noções de igualdade e desigualdade, com
ênfase nos impasses e aporias envolvidas com a implementação de uma sociedade
mais justa. Na segunda parte, abordaremos a noção de estratificação social
desde o ponto de partida das principais orientações teóricas sobre o tema: Karl
Marx, Max Weber e Kingsley Davis e Wilbert Moore. Destacaremos desses autores
como eles avançam, a partir da noção de classes sociais e grupos de status, na
discussão de desigualdade social para além dos agrupamentos de renda e riqueza,
embora o fator econômico persista como o mais relevante em sua determinação.
Procuramos igualmente enfatizar os fundamentos teóricos de cada um ao abordarem
a estratificação social. Em seguida, na terceira parte, apresentamos abordagens
que podemos considerar como pós-marxistas e pós-weberianas, a partir das
contribuições de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, representando os
pós-marxistas, e Pierre Bourdieu, como pós-weberiano. Utilizamos essas
designações livremente para indicar apenas como cada um deles constroem suas
argumentações a partir de uma crítica dirigida aos clássicos da sociologia.
Neles, encontramos um debate que procura se afastar cada vez mais dos fatores
econômicos de determinação das desigualdades, colocando a estratificação
econômica mais como um efeito, por assim dizer, de processos sociais. Por fim,
na última parte, afastando cada vez mais dos fatores econômicos de determinação
das desigualdades sociais, apresentaremos o debate travado entre Axel Honneth e
Nancy Fraser acerca da noção de Reconhecimento como a nova gramática das lutas
sociais. Apoiados na teoria crítica, esses pensadores avançam numa discussão
sobre as desigualdades a partir da necessidade dos indivíduos e grupos de serem
aceitos e respeitados em sua singularidade identitária na moral do grupo social
mais amplo. Com esses autores, a dimensão da identidade ganha proeminência, sem
excluir a econômica, a questão colocada pela distribuição social. Com isso,
concluímos com a passagem de um viés mais econômico da desigualdade para outro
centrado numa luta por respeito a diferenças sociais identitárias.
terça-feira, 13 de setembro de 2022
SOCIALIZAÇÃO: INSTITUCIONALIZAÇÃO E INTERAÇÃO
A proposta da aula é apresentar e discutir as diferentes abordagens acerca da socialização enquanto processo social básico. Ao tomarmos a socialização como questão sociológica fundamental pretendemos destacar a sua importância crucial para a integração do ser humano nas práticas sociais. Apresentamos três exemplos – dois filmes e uma série – para ilustrar a importância da socialização para a integração do indivíduo no mundo social. Em seguida, procuramos nos distanciar da vulgarização a partir de um certo sociologismo, que significa, em última instância, reduzir a capacidade de agência do ser humano como mero reprodutor de esquemas e condicionamentos sociais. Definimos então as raízes dessa noção “sociologista” de socialização e como ela prejudica a análise sociológica. Distinguimos dois níveis de questão colocadas pela noção de socialização: a da formação do sujeito e das identidades sociais por meio da interação e da continuidade ou descontinuidade das práticas sociais. Outra chave de análise das diversas abordagens sobre a socialização compreende o momento em que a socialização é considerada terminada ou se é considerada permanente e contínua ao longo da vida. São abordados, assim, diferentes vertentes para o uso da noção: Jean Piaget, Herbert Mead, Peter Berger e Thomas Luckmann, Talcott Parsons e Robert K. Merton e Pierre Bourdieu. Exploramos, segundo a vertente em foco, diferentes exemplos para que se tenha uma visão ampla dos usos da noção de socialização.
PARTE 1
quarta-feira, 1 de junho de 2022
terça-feira, 22 de março de 2022
AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
A aula será expositiva. Inicialmente
apresentaremos o tema do dia e os tópicos a serem abordados. A partir do
conceito de ciência, apresentaremos os diferentes tipos de conhecimento – senso
comum, teológico, filosófico e científico – enfatizados como se relacionam com
a realidade, com o rigor, com propósitos práticos ou com a subjetividade. Introduziremos
como se classificam as ciências e onde se insere as ciências sociais para, em
seguida, mostrar como essas últimas se dividem em diversas disciplinas, tais
como a antropologia social, o direito, a economia, a psicologia e a sociologia.
Daremos algumas indicações do objeto específico de cada uma.
PARTE ÚNICA
quinta-feira, 10 de março de 2022
ARVORES CONCEITUAIS PARTE 2 - ESTRUTURA SOCIAL
A conferência será de caráter expositivo. Inicialmente apresentaremos o tema e os tópicos a serem abordados. Iniciaremos retomando o conceito de ação social para fazer um breve resgate da primeira parte da exposição sobre árvores conceituais. Em seguida, abordaremos o conceito de ordem social, explorando as diferentes visões segundo a perspectiva adotada, com ênfase na ação social ou na estrutura social. Buscaremos relacionar com as contribuições de Jeffrey Alexander. Apresentaremos inicialmente o conceito de estrutura social, explorando os diversos sentidos para buscar algum elemento básico comum para começar a discussão sobre as suas ramificações. Abordaremos as duas ramificações de estrutura social principais apresentadas por Rui Pena Pires e seus desdobramentos: como estrutura externa constrangendo a ação, enquanto ordem distributiva e morfologia; e como estrutura internalizada generativa da ação, enquanto habitus e dualidade. Rede Social: https://de.m.wikipedia.org/wiki/Soziale_Netzwerkanalyse#/media/Datei%3AKencf0618FacebookNetwork.jpg
PARTE 1
PARTE 2
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
ÁRVORES CONCEITUAIS - AÇÃO SOCIAL
Localizaremos a árvore conceitual como forma alternativa de ordenação dos pressupostos fundamentais da sociologia em relação à matriz sugerida por Jeffrey Alexander. Em seguida, exporemos o plano geral da árvore conceitual de ordem social e suas ramificações em ação social e estrutura social. A ramificação da árvore de estrutura social será explorada noutra exposição. No momento, vamos nos concentrar na ramificação da árvore de ação social. Começaremos por definir ação social a partir de Max Weber, para, então, distinguir entre ação racional – intencional – e ação interpretativa – simbólica. Abordaremos cada um desses ramos em particular e seus desdobramentos: ação motivada, instrumental e subjetiva; e ação interpretativa, moral e comunicativa. Vamos descrever cada um dos ramos fazendo referência a uma escola de teoria sociológica contemporânea. Por fim, gostaríamos de sugerir algumas críticas ao modelo em relação ao elaborado por Alexander.
LINK: Parable of the Polygons - a playable post on the shape of society https://ncase.me/polygons/ LINK: Os pombos de Skinner: https://www.youtube.com/watch?v=vGazyH6fQQ4