sexta-feira, 5 de julho de 2024

 GLOBALIZAÇÃO


Admitimos a globalização a partir de algumas evidências: o consumo de bens e produtos culturais importados, como furtas exótica disponíveis nas prateleiras do supermercado, a Coca-Cola e o cinema americano; problemas relacionados à saúde, como a pandemia de COVID; conflitos e guerras: Rússia x Ucrânia, Gaza x Israel; e questões relacionadas com o meio ambiente e a mudança climática. Precisamos avançar na discussão a fim de melhor problematizar a globalização e evitar simplificações.

O propósito geral da aula consiste em caracterizar o processo de globalização em suas diferentes dimensões como fenômeno histórico e aberto. Na primeira parte, abordaremos o conceito de globalização a partir de diferentes visões reunidas por Octavio Ianni (2002). O nosso propósito é mostrar que existem controvérsias nas visões sobre a construção de um mundo global tanto a respeito do sentido como nos seus resultados (consequências) com base numa discussão sobre as diferentes metáforas utilizadas para compreender e explicar a globalização. Na segunda parte, a partir das contribuições de David Held e Anthony McGrew (2001), com base nos aspectos político, cultural e econômico, elencamos como se posicionam os céticos – aqueles que resistem em pensar os tempos atuais como fundamentalmente diferente e globalizado – e os globalistas – aqueles que pensam os processos atuais como uma tendência irresistível de integração global, cujos efeitos precisam ser compreendidos para podermos melhor lidar com eles no plano local.

PARTE ÚNICA


sexta-feira, 28 de junho de 2024

MÉTODOS DA SOCIOLOGIA

A sociologia inaugura uma forma nova de pensamento sobre a sociedade baseada nas ciências naturais em meados do século XIX. Nesse período, a ciência já se afirmava como forma de conhecimento privilegiado sobre o mundo, diferente da religião, da filosofia e do senso comum. Podemos afirmar que a ciência se caracteriza como um conhecimento racional e baseado em evidências. Para que assim seja, o conhecimento científico pressupõe um método: um conjunto de procedimentos em etapas, de operações lógicas e de técnicas de coleta e de análise de dados que servem como guias para determinar o rigor, a fidedignidade e a validade do conhecimento produzido.

Dividiremos a apresentação em três partes. Na primeira, trataremos das etapas do método científico: da observação à análise dos dados. Na segunda parte, abordaremos as operações mentais e lógicas que fundamental, de modo geral, o pensamento científico. E, na terceira parte, abordamos diferentes quadros de referência metodológicos da sociologia, que fundamentam a construção do objeto e das formas de abordagem adequadas. Deixaremos as técnicas de pesquisa, coleta e análise de dados, para um momento posterior.

PARTE ÚNICA 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

ERVING GOFFMAN - VIDA E OBRA



quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

 DESIGUALDADE E IDENTIDADE

A proposta geral da aula é prover recursos conceituais a partir dos quais seja possível estabelecer uma visão mais sociológica das desigualdades sociais. Isso significa, em primeiro lugar, afastar da visão tradicional de situar a desigualdade social exclusivamente a partir do viés econômico por meio da já difundida divisão da sociedade em classes A, B, C e D, conforme agrupamentos de renda e riqueza e sua correlação com nível formal de educação. Em segundo lugar, para pensar a desigualdade em termos propriamente sociológicos, não basta renunciar ao viés econômico, precisamos apontar para alternativas. Para isso, devemos, na primeira parte da aula, discutir as noções de igualdade e desigualdade, com ênfase nos impasses e aporias envolvidas com a implementação de uma sociedade mais justa. Na segunda parte, abordaremos a noção de estratificação social desde o ponto de partida das principais orientações teóricas sobre o tema: Karl Marx, Max Weber e Kingsley Davis e Wilbert Moore. Destacaremos desses autores como eles avançam, a partir da noção de classes sociais e grupos de status, na discussão de desigualdade social para além dos agrupamentos de renda e riqueza, embora o fator econômico persista como o mais relevante em sua determinação. Procuramos igualmente enfatizar os fundamentos teóricos de cada um ao abordarem a estratificação social. Em seguida, na terceira parte, apresentamos abordagens que podemos considerar como pós-marxistas e pós-weberianas, a partir das contribuições de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, representando os pós-marxistas, e Pierre Bourdieu, como pós-weberiano. Utilizamos essas designações livremente para indicar apenas como cada um deles constroem suas argumentações a partir de uma crítica dirigida aos clássicos da sociologia. Neles, encontramos um debate que procura se afastar cada vez mais dos fatores econômicos de determinação das desigualdades, colocando a estratificação econômica mais como um efeito, por assim dizer, de processos sociais. Por fim, na última parte, afastando cada vez mais dos fatores econômicos de determinação das desigualdades sociais, apresentaremos o debate travado entre Axel Honneth e Nancy Fraser acerca da noção de Reconhecimento como a nova gramática das lutas sociais. Apoiados na teoria crítica, esses pensadores avançam numa discussão sobre as desigualdades a partir da necessidade dos indivíduos e grupos de serem aceitos e respeitados em sua singularidade identitária na moral do grupo social mais amplo. Com esses autores, a dimensão da identidade ganha proeminência, sem excluir a econômica, a questão colocada pela distribuição social. Com isso, concluímos com a passagem de um viés mais econômico da desigualdade para outro centrado numa luta por respeito a diferenças sociais identitárias.

PARTE 1



PARTE 2 (em breve)


terça-feira, 13 de setembro de 2022

 SOCIALIZAÇÃO: INSTITUCIONALIZAÇÃO E INTERAÇÃO


A proposta da aula é apresentar e discutir as diferentes abordagens acerca da socialização enquanto processo social básico. Ao tomarmos a socialização como questão sociológica fundamental pretendemos destacar a sua importância crucial para a integração do ser humano nas práticas sociais. Apresentamos três exemplos – dois filmes e uma série – para ilustrar a importância da socialização para a integração do indivíduo no mundo social. Em seguida, procuramos nos distanciar da vulgarização a partir de um certo sociologismo, que significa, em última instância, reduzir a capacidade de agência do ser humano como mero reprodutor de esquemas e condicionamentos sociais. Definimos então as raízes dessa noção “sociologista” de socialização e como ela prejudica a análise sociológica. Distinguimos dois níveis de questão colocadas pela noção de socialização: a da formação do sujeito e das identidades sociais por meio da interação e da continuidade ou descontinuidade das práticas sociais. Outra chave de análise das diversas abordagens sobre a socialização compreende o momento em que a socialização é considerada terminada ou se é considerada permanente e contínua ao longo da vida. São abordados, assim, diferentes vertentes para o uso da noção: Jean Piaget, Herbert Mead, Peter Berger e Thomas Luckmann, Talcott Parsons e Robert K. Merton e Pierre Bourdieu. Exploramos, segundo a vertente em foco, diferentes exemplos para que se tenha uma visão ampla dos usos da noção de socialização.


PARTE 1


PARTE 2 




quarta-feira, 1 de junho de 2022

MODERNIDADE E SOCIOLOGIA CLÁSSICA

A conferência será de caráter expositivo. Iniciaremos com a apresentação do tema e dos tópicos a serem abordados. Discutiremos o processo de formação da modernidade com base em três revoluções: a científica, a francesa e a industrial. Caracterizaremos cada uma dessas revoluções e quais as contribuições que elas ofereceram para a humanidade e que novos desafios trouxeram. À luz dessas revoluções, definiremos a modernidade como um conceito de contraste, que se compreende melhor por aquilo que nega: a sociedade antiga, tradicional, religiosa, absolutista, mercantilista e pautada em ordens, segundo um princípio de sucessão dinástico. Três ideias “chaves” passaram a regular o sentido das transformações: progresso, razão e liberdade. Destacaremos assim a sociologia clássica como um projeto intelectual moderno também tenso e ambivalente, pois, ao mesmo tempo que utiliza e recorre às ideias centrais da modernidade, critica-a em diferentes frentes. Destacaremos alguns dos chamados “pais fundadores” da sociologia, apresentando alguns dados biográficos, obras principais e contribuições mais destacadas para pensar a modernidade.

PARTE 1


PARTE 2



terça-feira, 22 de março de 2022

 AS CIÊNCIAS SOCIAIS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

A aula será expositiva. Inicialmente apresentaremos o tema do dia e os tópicos a serem abordados. A partir do conceito de ciência, apresentaremos os diferentes tipos de conhecimento – senso comum, teológico, filosófico e científico – enfatizados como se relacionam com a realidade, com o rigor, com propósitos práticos ou com a subjetividade. Introduziremos como se classificam as ciências e onde se insere as ciências sociais para, em seguida, mostrar como essas últimas se dividem em diversas disciplinas, tais como a antropologia social, o direito, a economia, a psicologia e a sociologia. Daremos algumas indicações do objeto específico de cada uma.


PARTE ÚNICA